Veio de um movimento em parábola, o braço em ângulo de 125° do tronco e o primeiro também a 125° do antebraço, a mão direita espalmada. A palmada seca no lado esquerdo do rosto, levando o pescoço a girar pelo próprio eixo do corpo nuns 45°. Luzes instantaneamente tomaram sua visão em raios partidos. Da ida, rapidamente todo o corpo se realinhou, com todo o nojo e ojeriza por ela. Lobão passou a mão pelo rosto enquanto ela berrava impropérios para ele. Estava satisfeita, sem dúvidas, de levar a cabo uma cena no mínimo picaresca. Mas o que se passava afinal era algo simplesmente patético. Continuou gritando, babando, ébria e descontrolada. Seu amigo, na cadeira ao lado, tentara alguma reação pacificadora. As mesas ao redor que acompanhavam o vômito patético riam agora mais alto, afetados.
Ele tomou o copo de cerveja na mão e levou à boca novamente. Estava quente.
***
Aguardava os vinte e sete andares terem sua revista pelo quadrado de aço até chegar ao térreo. Gado solto no pasto rico de pedrarias portuguesas. Sai o ascensorista, sorriso largo, encostando-se na parede branca sem se conter nem esconder a risada.
- Aí – falando com os outros funcionários em roupa cor de chumbo –, o muleque perguntou o que era preciso fazer pra ter um trabalho como o meu. Sabe o que respondi? É SÓ NÃO ESTUDAR! HAHAHAHAHAHAHAHA...
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