segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Nos trapos d'orange

Nado no fundo do deserto imundo, de paisagens cálidas, efervescentes, de transtornos delirantemente gentis, atrás da forma e força únicas que movem, o anima que permeia toda a plenitude do transbordamento do espírito, em lânguidas línguas de flamejar suave e ao mesmo tempo crepitante, num solilóquio vulgar de têmporas inchadas e indóceis a qualquer flanco de fluidez. Os contornos são retilíneos, quebrados, cubistas, sólidos até demais. E no disforme flagelo das sombras cândidas, a serenidade dos confortos mais íntimos e perenes da satisfação de plúmbeas lembranças que, em sépia interrogação, de simiescas inclinações, demarca o próprio desaparecimento da espécie. Quiçá tenhamos o orvalho da alvorada. Na crueza das pás elétricas, todo o globo é revolvido em espasmos de tentativas de espíritos. Restou-nos tão somente a lágrima dura, expurgo dolorido e danoso das cavidades mais íntimas da nossa vã tristeza momentânea. Espasmos de assombrosa forma retesada, restam suculentas tríades de bromélias feito bocas imundas, torpes, lacrimejantes, tentando dali tudo sufocar, pelo ensurdecedor silêncio da angústia. E lá se foi o caminhão de lixo, às duas da manhã.